sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

     Na minha penúltima postagem, eu narrava, os tristes momentos por que passamos,eu e minha família, com a doença da minha mãe, que foi diagnosticada como possível Mal de Alzeimer, essa doença terrível, degradante,que faz com que as pessoas,percam sua identidade, seu caráter, até o pudor elas perdem.
     Eu acho que, esse mal, faz com que a pessoa volte a ser criança, até chegar a fase de um bebê, quando é ao contrário, é a fase mais triste, mais bombástica, da vida do doente e dos familiares.
     Quando minha mãe, ainda andava, apesar, de ficar caindo o tempo todo, e termos de vigia-la, 24 hrs. por dia, eu ainda achava que havia uma possibilidade, não de cura,mas que a doença fosse amenizada, mas os médicos, disseram que já estava em estado adiantado, e não adiantaria começar nenhum tratamento, disseram também que a doença, como é silenciosa, devia já ter começado à muitos anos, e como sempre os familiares, são os últimos a perceber, e, no caso dela, o médico me disse que como ela sempre foi uma pessoa, mais sistemática, desconfiada e etc; realmente é mais difícil de perceber as mudanças, causadas pela doença.
     Os dias dos familiares, de pessoas com essa doença, são longos e tristes, eu me tornei uma pessoa tão desesperada, que sempre eu tinha que resolver algum assunto no centro da cidade, quando eu chegava lá, eu começava a ouvir os gemidos dela, aquilo me deixava tão nervosa, que eu costumava esquecer o que eu tinha ido fazer, e voltava para casa, meio perdida, esse sentimento, continuou comigo por muito tempo ainda, depois que ela faleceu, as pessoas, que estão de longe, somente como espectadoras, costumam achar que tudo que aquela pessoa, está passando é normal, que é só mais uma doença, mas só quem passa por isso, e sofre, o que nós sofremos, é que sabe como é difícil, principalmente pelo fato de eu ser filha única, não ter familiares, para talvez me ajudar, tanto no lado pisicológico e até mesmo financeiro, apesar de alguns parentes terem me ajudado muito, me emprestando dinheiro etc, o que eu agradeço muito por isso;  mas no fundo ,no fundo, eu queria essas pessoas perto de mim, me dando força, para levar, a vida que estávamos levando.
     Essa triste situação durou menos de um ano, nos últimos meses, antes da morte dela, ela começou a ter pneumonias, glicose muito baixa, começou a se alimentar por sonda, sempre que seu quadro piorava, o médico, pedia a sua internação, e quando ela voltava, eu notava que sempre havia uma piora, apareciam escaras, ou piorava, aquelas que já estavam quase curadas, poucos dias antes da sua morte, ela começou a gemer, pronunciando o tempo todo, uma frase, que era um pedacinho de uma oração:  Ela dizia o tempo todo sem parar, baixinho, assim: Rogai por nós, rogai por nós... Como o médico percebeu novamente sintomas de pneumonia, ela foi internada novamente, coitada, e lá as pessoas ignorantes, ficavam nervosas com aquela frase, que ela dizia sem parar, chegaram a reclamar com meu marido e comigo, como se nós pudéssemos fazer alguma coisa para impedir aquilo, isso podemos chamar de falta de solidariedade do ser humano, ou vou deixar mesmo só como ignorância coitados.
     Foi a última internação dela, dois dias depois, da sua alta, ela faleceu, em um lindo dia, de véspera de Natal, é foi no dia 24/12/2004, que ela descansou, e como mesmo disse o médico, nós também, pois ele sempre dizia, que nós fazíamos milagre, por cuidar dela, e até bem, na medida do possível. Para nós foi um Natal tão triste,tão triste,mas Deus sabe o que faz, não deixou que ela sofresse mais, e nem nós também.
     Isso tudo que eu narrei, ainda não foi tudo, tem muita coisa, para contar, mas não vem ao caso agora, são só detalhes tristes.  Talvez eu tenha contado tudo isso, para desabafar,ou, simplesmente mostrar para quem ler, que devemos prestar mais atenção nos nossos idosos, para que não aconteça com eles, algo parecido, fica como alerta. Há! E algum tempo depois minha filhinha mais nova, precisou que eu a levasse a um neurologista, pois, após tudo pelo o que ela passou, o seu cérebro não suportou tanta pressão, ela não dormia direito, gritava mesmo acordada,gritava dizendo que havia entendido o que era a morte, teve dificuldades de aprendizagem, os médicos chamam de TDAH, ficou um certo tempo, com psicólogos, mas hoje em dia, graças a Deus, ela melhorou bastante, ela é muito inteligente.
     E eu, para não ficar de fora, também um ano depois, comecei a ter crises de pânico,e é horrível, o que a gente sente, tudo decorrente, do que nós passamos.   Ainda tomo anti-depressivos, mas consigo contornar as crises de pânico.  Parei por conta própria as consultas com o psiquiatra e o psicólogo, acho que fiz bem.





     Antes de postar, tudo isso, eu gostaria de agradecer, primeiramente a meu marido, que no tempo todo que ele estava me ajudando, ele nunca reclamou, nunca ficou nervoso, nem comigo, nem com minha mãe, agradecer a minhas filhas, e pedir desculpas por talvez não ter cuidado delas,como elas mereciam, aos meus parentes e amigos, e ao Dr.Jomar Cristelli, que foi um verdadeiro anjo, enquanto cuidava dela, me informaram que agora ele é geriatra, para felicidade dos idosos,cuidados por ele, pena que ele não está mais na cidade em que moro.




PS= Espero que os cientistas, consigam descobrir a cura, para esse Mal, que não tentem somente, amenizar os sintomas.

"E beijem, abracem, digam que amam, mais os seus pais, pois eu quase não fazia isso, e me arrependo muito,e peço perdão à minha mãe principalmente por esse meu erro."


         " Cada dia que vivemos, é uma ocasião especial".




Mary Lúcia de A.S.
 

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Segundo dia de 2012

     Ai, primeiro dia útil do ano, 02/01/2012, eu acho bom essa transição,de um ano para o outro,sei lá me dá uma sensação gostosa e ao mesmo tempo apreensiva, porque querendo ou não é um novo ano, ninguém adivinha como ele será, só Deus sabe, mas eu espero que o meu e o dos meus parentes e amigos seja muito bom, com muita saúde,paz e amor, ah, e um dinheirinho a mais, sempre vem a calhar!!Rsssss!
     Na minha última postagem eu contava sobre a doença da minha mãe, depois eu continuo essa história, hoje espero que seja um dia feliz, e essa história é muito triste para ser lembrada agora.Bjs.
     Logo voltarei para postar a minha história.